sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A Leishmaniose é uma zoonose. Isso significa que é uma doença que pode ser transmitida do animal para o homem e vice-versa. Estando entre as três doenças infecto-parasitárias que mais matam no mundo, e incluída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DNTs). Trata-se de uma doença causada por protozoários tripanossomatídeos do gênero Leishmania.  
  
Parasitas causadores da Leishmaniose.
Esses parasitas possuem um ciclo de vida heteroxênico, ou seja, vivem alternadamente em hospedeiros vertebrados (humanos, cães, equinos, asininos, gatos, roedores domésticos, preguiças, tamanduás e marsupiais, por exemplo) e insetos vetores (flebotomíneos, os famosos mosquitos-palha.). As leishmanioses representam um conjunto de enfermidades diferentes entre si, que podem comprometer a mucosa, pele e vísceras. Sendo esses sintomas extremamente dependentes da relação entre o parasita e a resposta imune do hospedeiro. A Leishmaniose é uma doença imunossupressora, assim como a AIDS.

Sua transmissão acontece quando uma fêmea infectada de flebotomíneo passa o protozoário a uma vítima sem a infecção, enquanto se alimenta de seu sangue. Popularmente conhecidos como mosquito-palha, biriguí, cangalha e tatuquira, são mosquitos pequenos, corcundas e com asas estreitas de forma lanceolada, geralmente não ultrapassando 0,5cm de comprimento. Tendo somente as fêmeas o aparelho bucal modificado para picar a pele de vertebrados e sugar o sangue. São conhecidas e catalogadas mais de 450 espécies que são distribuídas ao longo do continente americano, se espalhando do norte da Argentina até o sul da Canadá.

Mosquito-palha. Vetor de transmissão da Leishmaniose.
Todo mamífero picado serve como reservatório da doença, sabendo-se que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmitir para outros indivíduos ao picá-los. Estando aí a origem do problema, pois, devido à ampla quantidade de possíveis reservatórios, o controle torna-se extremamente difícil. A Leishmaniose é um problema mundial. As medidas mais utilizadas para o combate da enfermidade se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde.

A Leishmaniose é endêmica em quase cem países. E o aumento no número de casos deve-se a invasão das zonas urbanas e proximidades com zona de mata, onde os flebotomíneos vivem. As formas mais comuns da doença são a Leishmaniose Visceral (LV), que pode levar à morte e a Leishmaniose Cutânea (LC), que causa grandes lesões na pele e na cartilagem.
  
O cão não é o vilão
De todos os países onde a Leishmaniose é endêmica, apenas o Brasil faz o combate através da eliminação de reservatórios. Milhares de cães são sacrificados anualmente e os resultados na diminuição da prevalência da doença não são positivos. Dados comprovam que o método mais eficiente seria o combate ao vetor (o mosquito-palha), e não o combate ao reservatório.

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