quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O combate à Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é mais do que uma questão de saúde pública, trata-se de um debate ético. Médicos veterinários, e até mesmo leigos, lutam há anos em prol de novas políticas no combate a tal doença. E mesmo que a ineficácia do método de combate tradicional – eutanásia de animais infectados – seja confirmada, a prática continua a ser feita.

É importante salientar aqui que quem escreve isso também é um leigo. Mas que não entende o porquê dessas políticas sanitárias serem aplicadas somente aqui no Brasil, enquanto outros países adotam medidas como o combate ao mosquito vetor, educação em saúde, controle da população canina e o diagnóstico e tratamento de cães com Leishmaniose Visceral, o Brasil opta por simplesmente eliminá-los. Recorrer ao sacrifício é uma decisão que traz muita dor e sofrimento, esse é um fato inegável. Mas sabe-se que a dor não se resume somente a essas pessoas, ela também se estende ao animal. O sacrifício o priva de crescer e envelhecer, seguindo o rumo natural da vida.

Sabe-se que a LVC possui graves sintomas, e que muitos deles afetam bastante os animais infectados. Mas, em contraponto, temos medicamentos capazes de sobrepujar tais sintomas. E muitos cães nem mesmo chegam a apresentar sintomas durante muito tempo, levando uma vida normal de um cão saudável. Qualquer questão levantada sobre a legitimidade do sacrifício buscando o bem-estar animal é falsa. Porque o bem-estar, nesse e em vários outros casos, é a continuidade da vida.

O sacrifício de tais animais demonstra um pouco apreço pela vida.

O esforço gera recompensa
Vários casos onde Organizações Não Governamentais lutaram pelo direito de tratar cães infectados em foros especializados resultaram numa vitória, como o caso do cão Scooby em julho de 2012.

¹G1 - Prefeitura em MS autoriza tratamento de cão com Leishmaniose
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/07/prefeitura-em-ms-autoriza-que-scooby-faca-tratamento-contra-leishmaniose.html
²G1 - Em tratamento contra Leishmaniose, cão não apresenta mais sintomas.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/08/em-tratamento-contra-leishmaniose-scooby-apresenta-melhoras-em-ms.html

O tratamento é fácil, difícil é tratar
O título desse tópico pode gerar um pouco de dúvidas, eu sei. É comprovado que os tratamentos – tanto os de uso humano – como os próprios para cães (como o Milteforan) resultam na redução total dos sintomas, e impedem a não transmissão do parasita. Mas há dificuldades em adquiri-los. Outro impasse ético.




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