quinta-feira, 11 de junho de 2015
Olá,
Faz bastante tempo que não posto aqui, e a
notícia que trago agora é triste. Pipa foi sacrificada no dia 25 de abril de
2015. E agora explico a vocês o que aconteceu.
Em primeiro lugar, queria agradecer a todos que
acompanharam o blog e torceram por sua melhora, e em segundo lugar, queria
pedir desculpas pela demora em trazer esse post pra vocês.
Quem vem acompanhando o blog sabe que logo após o
tratamento as mudanças foram claras. Ela estava mais esperta e mais alegre, as
lesões da orelha e do dorso haviam sumido e não havia sinal do parasita no
resultado do último exame. A combinação dos resultados visíveis com aqueles que
eram invisíveis trouxeram certa segurança e tranquilidade. O medicamento havia
funcionado e cumprido o que prometia.
Mas, infelizmente,
os bons resultados não se mantiveram por muito tempo. Pouco tempo depois do
exame, Pipa entrou no cio. Sabe-se que durante o cio a imunidade das fêmeas
pode baixar e, durante esse tempo, ela começou a apresentar uma acentuada queda
de pêlos. Ao levá-la ao veterinário, o
mesmo sugeriu que aquilo poderia ser consequência disso ou uma possível alergia
alimentar, sem descartar, no entanto, a possibilidade da relação daquilo com a
leishmaniose. Entretanto, optei por fazer um tratamento baseado numa dieta
apropriada para cães de pele sensível com a ração da marca Cibau e vitaminas do
tipo Ômega 3 para eliminar a possibilidade de alergia.
Mas os sinais
de melhora não chegaram. A essa altura, Pipa já havia perdido 4kg. Estava muito
apática e se recusava a comer, dificultando o tratamento da dieta. Unhas
grandes também já se faziam presentes há algum tempo. Novamente no veterinário,
desconfiamos da possibilidade de doença do carrapato, pois todos os seus
sintomas condiziam com a mesma. Foi feito um hemograma e ela foi
diagnosticada com um quadro de anemia e plaquetas muito baixas. O negativo para
a doença do carrapato abria um leque de possibilidades, e partimos para o
mielograma, que por ser um exame mais completo, forneceria um resultado mais preciso. Além das
extrações tradicionais que consistiam em raspado de pele, punção aspirativa da
medula óssea e punção aspirativa do linfonodo, para o mielograma extraiu-se
também sangue da unha para um diagnóstico mais exato, pois sabe-se que a Leishmania sp. tem preferência pelas extremidades corporais.
Inicialmente,
quando a doença foi descoberta, o resultado do exame apontava uma baixa
parasitemia, pois o parasita foi encontrado somente nos raspados de pele da
orelha. O resultado do exame agora, no entanto, apresentava-se muito pior.
Haviam parasitas causadores da leishmaniose em TODAS as amostras. Medula,
linfonodo, raspado de pele e sangue da unha estavam infestados.
Além da
alta parasitemia, o exame também apontou um quadro de hipoplasia medular, que origina-se
quando há dificuldade do organismo de produzir células sanguíneas, causando
anemia e plaquetas baixas (o que justificava os resultados dos exames sanguíneos), assim como um estado de imunodeficiência
devido ao fato do organismo não conseguir produzir glóbulos
brancos (leucócitos), que são responsáveis pela proteção do organismo contra
patógenos, organismos causadores de doenças, utilizando para isso a produção
de anticorpos. Lembrando que a Leishmaniose é uma doença imunossupressora que aliada à hipoplasia medular, torna as defesas naturais do organismo ainda mais fracas.
Pipa,
então, estava com anemia, plaquetas baixas, hipoplasia medular e leishmaniose.
Nos seus últimos dias, precisava tomar cinco medicamentos durante o dia, sendo
um deles para estimular o apetite, pois de outro modo não comia. O tratamento
para a hipoplasia medular envolveria um transplante de medula óssea compatível,
que é algo bastante complicado, pelo menos aqui no nosso país. Ou um tratamento
baseado no uso de um coquetel de medicamentos, contendo entre eles um corticóide, que acabaria enfraquecendo ainda mais o sistema imune, favorecendo assim a proliferação do parasita.
Para tratar a Leishmaniose seria necessário um fortalecimento do seu sistema imunológico - já bastante enfraquecido - e, em seguida, uma nova aplicação do Milteforan.
Para tratar a Leishmaniose seria necessário um fortalecimento do seu sistema imunológico - já bastante enfraquecido - e, em seguida, uma nova aplicação do Milteforan.
No fim de
sua vida ela quase não brincava, não comia e necessitava de vários medicamentos
para “continuar viva”, por assim dizer. Pipa estava sofrendo, assim como eu.
Acredito que a eutanásia é algo passível de análises muito subjetivas. Sempre
existirão visões divergentes e é preciso respeitar a decisão de cada
proprietário. No caso da minha Pipa, foi uma decisão difícil e dolorosa, mas me
parecia o melhor a se fazer.
O tratamento para Leishmaniose canina com o Milteforan é
viável?
Na minha
opinião, sim. O medicamento funciona e os sinais de melhora são visíveis. Entretanto,
não se sabe o quão agressivo o medicamento pode ser. No caso de Pipa, não se
sabe se a hipoplasia medular era congênita (adquirida antes do nascimento), se originou-se do uso do medicamento ou se foi apenas uma consequência da própria doença. Como eu não possuía o histórico dos pais
dela, um diagnóstico preciso era impossível.
Tratar ou não tratar o cão?
Um cão é
loteria, como já ouvi dizer. A resposta ao tratamento varia de animal para
animal. (Tenho uma grande
desconfiança, partilhada também pelo veterinário, de que Pipa já chegou em
minha casa doente. Se isso realmente tiver acontecido, talvez tenha se tornado
um fator determinante para não obtermos o resultado positivo esperado.) Mesmo optando pelo sacrifício, sou a favor da vida. E a favor das
segundas chances. Mesmo sem ter certeza de que o seu cão responderá bem ao
tratamento, dê a ele essa chance. Converse com o seu veterinário, verifique a possível necessidade de um fortalecimento da imunidade antes de iniciar o uso de um
medicamento agressivo como o Milteforan.
Quando optar pelo sacrifício?
Se vai
sacrificar ou não o seu cão, é uma decisão exclusivamente sua. Há vários
relatos de cães que levam uma vida normal, mesmo tendo a doença. O fato de um
cão estar infectado não significa, necessariamente, que pode transmitir a
doença para outros cães e humanos. O controle da doença existe!
Para
finalizar, queria dizer que os posts tornaram-se menos frequentes, assim como
eu disse que aconteceria. Agora que já não tenho o convívio com a doença, não
poderei mais partilhar informações, mas, o blog permanecerá aqui. Talvez com
mais alguns posts futuros, talvez não.
Mais uma
vez, obrigada por terem acompanhado e torcido pela minha Pipa. Espero que o
blog continue ajudando aqueles que se encontram na mesma situação.
Pipa não
está mais aqui, mas o espaço conquistado e o amor cativado sempre estará!
"As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."
Contato: meutempodepipa@gmail.com
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Olá!
Após quase
um mês sem postar aqui, trago novidades. A demora tem uma justificativa, pois como
eu já havia dito no último post, com o fim do tratamento algumas novas medidas
seriam necessárias, então agora vou explicar tudo pra vocês.
Quem
acompanha o blog desde o início sabe como essa história começou, e o porquê
desse blog ter sido criado. Pra quem não acompanha desde o começo, farei um
apanhado geral. Para mais detalhes, é só clicar aqui.
Quando minha
beagle foi diagnosticada com Leishmaniose, o diagnóstico foi feito através do mielograma,
que consistia em: raspado de pele das lesões, punção aspirativa de medula óssea
e punção aspirativa de linfonodo. Com a análise dessas três amostras, vinha o diagnóstico
final. Quando o cão está infectado, o local mais provável de encontrar a
Leishmania é na medula. No caso da minha beagle (que na época tinha duas
lesões, uma na orelha e outra no dorso) no entanto, o protozoário foi
encontrado somente no raspado de pele da orelha. Após o teste ter dado positivo,
tomei a decisão de tratar. O medicamento escolhido para o tratamento foi o Milteforan
(mais detalhes sobre o tratamento aqui), que tinha a proposta de,
basicamente, estacionar a doença.
O tratamento durou um mês e, quando chegou ao fim, precisei
aguardar um intervalo mínimo de 15 dias para refazer o teste de Leish. Nesse
intervalo de dias, pude observar uma grande melhora. Ela, que já estava apática há
algum tempo, agora está elétrica (inclusive, aprontando
bastante). Além disso, também pude notar que ela ganhou peso, e as lesões desapareceram. Está visivelmente mais
saudável.
Por fim, após muita espera e expectativa, o novo exame
finalmente foi feito, e é com muita alegria que anuncio que o resultado do teste foi: NEGATIVO!
Como isso é possível?
Como já foi dito aqui no blog, a Leishmaniose não tem cura. No caso da minha beagle, esse resultado foi possível devido à ação do medicamento. O Milteforan, basicamente, encapsula a Leishmania. Esse encapsulamento significa que o protozoário não está circulante. E se ele não está circulando no corpo, ele está, digamos, "bloqueado". Ou seja, ela não apresentará sintomas da doença e nem vai transmiti-la.
O que deve ser
feito a partir de agora?
Apesar do teste ter dado negativo, a partir de agora serão
necessárias algumas medidas:
• Exames periódicos para controle e
monitoramento da saúde (em média de 6 em 6 meses);
• Uso da coleira repelente (Scalibor) e
vacinação anual contra a Leish (pois o risco de uma nova contaminação é sempre
possível).
Então o principal agora é: monitorar e proteger.
Como a doença foi diagnosticada precocemente, ela não teve nenhum comprometimento de saúde (fígado e rins, frequentemente afetados pela doença, estavam normais), então não haverão
sequelas.
Para finalizar esse post, queria destacar aqui algumas coisas importantes – dicas/apelos.
I. Tenha em mente que apenas o exame de
sangue não é, de maneira nenhuma, suficiente para fazer a constatação da
doença com 100% de segurança, e sim o mielograma (me pergunto quantos cães
já foram injustamente sacrificados por conta de um falso positivo). É muito
importante também que o diagnóstico seja feito com as três amostras já anteriormente
citadas, pois por experiência própria posso afirmar que o parasita pode estar
somente em uma das amostras, e não necessariamente na medula.
Sacrificar um animal cujo diagnóstico foi baseado
apenas no exame de sangue é um crime. Apenas o mielograma pode detectar a
doença com precisão. E mais: nem todo animal contaminado é
infectivo. Dependendo da proporção da atividade parasitária,
ele é incapaz de transmitir a doença ao ser humano.
II. Se o seu animal foi diagnosticado com
Leishmaniose, mantenha a calma. Saiba que apesar das dificuldades injustamente impostas
pelo governo, o tratamento existe e o seu bichinho tem boas
perspectivas de sucesso, podendo levar uma vida normal e saudável (sem
sofrimentos, como alguns desinformados a respeito do assunto costumam afirmar).
III. Nós podemos e devemos mudar essa realidade tão
absurda que é o sacrifício dos animais doentes, medida essa que de forma
nenhuma contribui para o controle da doença. Acontece que o nosso país é de uma
cultura tão miserável, que além de recomendar o sacrifício dos cães doentes,
também proíbe a venda do medicamento para o tratamento, o que é inaceitável,
pois em toda a Europa ele é utilizado e com resultados confirmados.
Será que a melhor forma de combate à Dengue é o
sacrifício das pessoas doentes ao invés do controle do Aedes aegypti? Não, né?!
Então por que a melhor forma de combate à Leishmaniose seria o sacrifício dos
animais doentes ao invés de focar no controle do mosquito-palha? Não faz o
menor sentido! É preciso refletir. Está mais do que na hora de repensarmos algumas coisas.
IV. O cão não é o vilão! A real causa da doença é a
falta de saneamento básico, que permite a disseminação do mosquito transmissor
e de outros hospedeiros (como os roedores).
Por fim, quero agradecer a todos aqueles que
acompanharam o blog, que ajudaram de alguma forma e que torceram pela
recuperação da minha Pipa.
Como já foi anteriormente citado, essa página não
foi feita com o intuito de prescrever
qualquer tipo de tratamento para a Leishmaniose canina, e sim com o
intuito de reunir informações (muitas vezes não tão acessíveis) que possam
orientar e auxiliar todos aqueles que estejam passando pela mesma situação. Eu
realmente espero que esse intuito seja alcançado.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Olá,
Hoje fazem exatamente 32 dias desde o início do tratamento. O tratamento foi iniciado no dia 14/12/2014 e terminou no dia 12/01/2015. Dois dias após o fim, trago mais fotos comparativas.
ORELHA
Foto 1: tratamento ainda não iniciado
Foto 2: 6 dias de tratamento
Foto 3: 11 dias de tratamento
Foto 4: 14 dias de tratamento
Foto 5: 32 dias de tratamento
DORSO
Foto 2: 14 dias de tratamento
Foto 3: 24 dias de tratamento
Foto 4: 32 dias de tratamento
MINHAS IMPRESSÕES
Como podemos ver, na primeira foto da orelha a pele está muito avermelhada, além de ferida e ressecada. Na segunda foto nota-se que a pele está um pouco menos vermelha, porém surgem mais caroços. Na terceira foto a pele apesar de bem menos ressecada, volta a ficar avermelhada e surgem novos inchaços. Na quarta foto nota-se uma melhora geral, com uma grande redução da cor avermelhada e dos caroços e inchaços. Na quinta foto, há uma maior redução da vermelhidão, mas ainda existem pequenos caroços. Ainda há uma grande ausência de pêlos, e espera-se que nasçam a partir de agora. Acredito que a melhora é claramente visível, apesar de não ser 100%. A bula do Milteforan afirma que a melhora dos sintomas continua até 1 mês após o fim do tratamento, e a Dermotrat continuará sendo utilizada na região até a melhora total.
Já no dorso, pode-se observar a melhora gradativa (e mais rápida) a cada foto, com o desaparecimento das feridas e do ressecamento e o nascimento de novos pêlos na região. Antes do tratamento, o nascimento de pêlos nessa região era demasiadamente lento. Na última foto podemos ver que os pêlos já nasceram quase que completamente.
Eu acredito que a orelha esteja tendo essa melhora mais lenta devido ao fato de que a Leishmania foi encontrada exatamente ali, durante os exames de raspado de pele. Além de ser uma lesão bem mais antiga do que a lesão o dorso. Para mais detalhes, ler posts iniciais.
Com o fim do tratamento, novas medidas serão tomadas. Falarei delas num próximo post. Talvez eu demore alguns dias para voltar a postar aqui pois será necessário um intervalo (de uma semana à quinze dias) antes dos próximos passos.
O número de visitas aqui no blog têm aumentado consideravelmente, e agradeço à todos que estão dedicando qualquer tempinho que seja para dar uma olhada. Espero que esse blog possa, de alguma forma, ajudar aqueles que estão na mesma situação.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
O combate à Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é mais do que uma questão de saúde pública, trata-se de um debate ético. Médicos veterinários, e até mesmo leigos, lutam há anos em prol de novas políticas no combate a tal doença. E mesmo que a ineficácia do método de combate tradicional – eutanásia de animais infectados – seja confirmada, a prática continua a ser feita.
É importante salientar aqui que quem escreve isso também é um leigo. Mas que não entende o porquê dessas políticas sanitárias serem aplicadas somente aqui no Brasil, enquanto outros países adotam medidas como o combate ao mosquito vetor, educação em saúde, controle da população canina e o diagnóstico e tratamento de cães com Leishmaniose Visceral, o Brasil opta por simplesmente eliminá-los. Recorrer ao sacrifício é uma decisão que traz muita dor e sofrimento, esse é um fato inegável. Mas sabe-se que a dor não se resume somente a essas pessoas, ela também se estende ao animal. O sacrifício o priva de crescer e envelhecer, seguindo o rumo natural da vida.
Sabe-se que a LVC possui graves sintomas, e que muitos deles afetam bastante os animais infectados. Mas, em contraponto, temos medicamentos capazes de sobrepujar tais sintomas. E muitos cães nem mesmo chegam a apresentar sintomas durante muito tempo, levando uma vida normal de um cão saudável. Qualquer questão levantada sobre a legitimidade do sacrifício buscando o bem-estar animal é falsa. Porque o bem-estar, nesse e em vários outros casos, é a continuidade da vida.
O sacrifício de tais animais demonstra um pouco apreço pela vida.
O esforço gera recompensa
Vários casos onde Organizações Não Governamentais lutaram pelo direito de tratar cães infectados em foros especializados resultaram numa vitória, como o caso do cão Scooby em julho de 2012.
¹G1 - Prefeitura em MS autoriza tratamento de cão com Leishmaniose
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/07/prefeitura-em-ms-autoriza-que-scooby-faca-tratamento-contra-leishmaniose.html
²G1 - Em tratamento contra Leishmaniose, cão não apresenta mais sintomas.
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2012/08/em-tratamento-contra-leishmaniose-scooby-apresenta-melhoras-em-ms.html
O tratamento é fácil, difícil é tratar
O título desse tópico pode gerar um pouco de dúvidas, eu sei. É comprovado que os tratamentos – tanto os de uso humano – como os próprios para cães (como o Milteforan) resultam na redução total dos sintomas, e impedem a não transmissão do parasita. Mas há dificuldades em adquiri-los. Outro impasse ético.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
Hoje trago mais um comparativo, dessa vez somente da lesão do dorso.
Foto 2: 14 dias de tratamento
Foto 3: 23 dias de tratamento
Deu uma melhorada boa, né? :)
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
O que é a Leishmaniose?
A Leishmaniose Visceral, popularmente conhecida como Calazar, é uma
doença causada por um protozoário do gênero Leishmânia, sendo transmitida pela
picada do inseto, o flebótomo, também conhecido como mosquito palha. Os cães e
os animais silvestres são os principais reservatórios da doença, porém a doença
afeta também seres humanos, sendo, portanto uma zoonose.
Como evitar o contato com o mosquito transmissor?
O Mosquito Palha, ou palhinha como é conhecido, é um inseto pequeno e
costuma se reproduzir em locais com muita matéria orgânica em decomposição. O
uso de repelentes no ambiente e no animal é indicado. Mantenha sempre a higiene
dos locais de criação de animais, mantendo-o sempre limpo e seco. Lembre-se
lugar de lixo é no lixo.
Como saber se o meu animal está contaminado?
O diagnóstico da leishmaniose pode ser feito através de exame clínico e
a confirmação se dá através de amostras de sangue ou biópsias de gânglios e o
seu Médico Veterinário é quem vai indicar o método mais adequado.
Quais são os sintomas da doença? Como podemos nos prevenir?
Os animais contaminados podem apresentar desde ausência de sinais
clínicos até alterações importantes como febre intermitente, perda de apetite,
perda de peso, prostração, conjuntivite e perda de pelo ao redor dos olhos,
alterações da pelagem (eczema, descamação, perda da qualidade e volume do pelo,
úlceras), crescimento exagerados das unhas entre outros.Hoje além do controle
do foco dos mosquitos, podemos usar coleiras repelentes e vacinação preventiva.
Por que vacinar o meu cão contra a Leishmaniose?
A vacinação aumenta a chance de o animal ficar protegido contra
Leishmaniose. Ajuda no combate da doença, protegendo os animais expostos a
infecção através da picada do inseto transmissor infectado. A leishmaniose além
de causar grande sofrimento ao animal por provocar lesões viscerais e de pele
pode infectar também os seres humanos. O protocolo da vacinação é definido e
controlado pelo Ministério da Agricultura que estabeleceu um exame de sorologia
negativo prévio, depois 3 doses de vacina com intervalo de 21 dias entre elas.
A partir de então o animal deve receber uma dose de reforço anual. A vacina
pode ser feita somente em cães com mais de 4 meses de idade.
Existe tratamento para os cães doentes?
Existe tratamento, mas não é liberado pelo Ministério da Saúde, como
forma de controlar os animais portadores, pois a recomendação é a eutanásia de
todos os animais positivos. Vacinação e coleira repelente de insetos são as
principais medidas eficazes disponíveis hoje para prevenir a Leishmaniose.
Quais medidas devo tomar para o controle da doença?
· Vacinação de cães sadios e
sorologicamente negativos.
· Uso de coleiras repelentes,
contra o mosquito transmissor.
· Uso de telas finas nas portas e
janelas.
· Manter o animal dentro de casa
nos períodos matutino e vespertino.
· Utilização de mosquiteiros e
aparelhos elétricos repelentes de insetos.
· Combate ao inseto vetor no
peridomicílio e intradomicílio, mantendo a casa e o quintal sempre limpos
(recolher as folhas, frutos, troncos, raízes, fezes de animais).
· Embalar o lixo corretamente
(sacos plásticos).
· Não juntar lixo nos lotes vazios.
· Poda
de árvores.
Quais animais devem ser vacinados contra leishmaniose?
1. Se morar em região endêmica
2. Se morar em casa em região arborizada.
3. Se viajar com frequência ao litoral ou interior.
4. Se tiver histórico de animais com sorologia positiva na região.
5. Se existir na região o Mosquito palha.
Referência
<http://www.petcare.com.br/> acessado em 07/01/2015.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
A Leishmaniose é uma zoonose. Isso significa que é uma doença que pode ser transmitida do animal para o homem e vice-versa. Estando entre as três doenças infecto-parasitárias que mais matam no mundo, e incluída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas (DNTs). Trata-se de uma doença causada por protozoários tripanossomatídeos do gênero Leishmania.
Parasitas causadores da Leishmaniose. |
Esses parasitas possuem um ciclo de vida heteroxênico, ou seja, vivem alternadamente em hospedeiros vertebrados (humanos, cães, equinos, asininos, gatos, roedores domésticos, preguiças, tamanduás e marsupiais, por exemplo) e insetos vetores (flebotomíneos, os famosos mosquitos-palha.). As leishmanioses representam um conjunto de enfermidades diferentes entre si, que podem comprometer a mucosa, pele e vísceras. Sendo esses sintomas extremamente dependentes da relação entre o parasita e a resposta imune do hospedeiro. A Leishmaniose é uma doença imunossupressora, assim como a AIDS.
Sua transmissão acontece quando uma fêmea infectada de
flebotomíneo passa o protozoário a uma vítima sem a infecção, enquanto se
alimenta de seu sangue. Popularmente conhecidos como mosquito-palha, biriguí,
cangalha e tatuquira, são mosquitos pequenos, corcundas e com asas estreitas de
forma lanceolada, geralmente não ultrapassando 0,5cm de comprimento. Tendo
somente as fêmeas o aparelho bucal modificado para picar a pele de vertebrados
e sugar o sangue. São conhecidas e catalogadas mais de 450 espécies que são
distribuídas ao longo do continente americano, se espalhando do norte da
Argentina até o sul da Canadá.
Mosquito-palha. Vetor de transmissão da Leishmaniose. |
Todo mamífero picado serve como reservatório da doença, sabendo-se que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmitir para outros indivíduos ao picá-los. Estando aí a origem do problema, pois, devido à ampla quantidade de possíveis reservatórios, o controle torna-se extremamente difícil. A Leishmaniose é um problema mundial. As medidas mais utilizadas para o combate da enfermidade se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde.
A Leishmaniose é endêmica em quase cem países. E o aumento no
número de casos deve-se a invasão das zonas urbanas e proximidades com zona de
mata, onde os flebotomíneos vivem. As formas mais comuns da doença são a Leishmaniose
Visceral (LV), que pode levar à morte e a Leishmaniose Cutânea (LC), que causa
grandes lesões na pele e na cartilagem.
O cão não é o vilão
De todos os países onde a Leishmaniose é endêmica, apenas o
Brasil faz o combate através da eliminação de reservatórios. Milhares de cães
são sacrificados anualmente e os resultados na diminuição da prevalência da
doença não são positivos. Dados comprovam que o método mais eficiente seria o
combate ao vetor (o mosquito-palha), e não o combate ao reservatório.
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